Hoje parei o carro em uma vaga em frente a uma farmácia de manipulação, havia ainda duas vagas livres. Achei estranho que um carro parou atrás do meu já que havia estas vagas, mas imaginei uma mãe com pressa com um filho adolescente que ficaria no carro enquanto ela rapidamente pagaria os remédios, pelo menos era assim que minha mãe fazia, talvez seja esse um modelo mental que tenho.
Entrei na farmácia, mas nada de uma mãe apressada entrar, aliais ninguém entrou. Ao sair o carro ainda estava lá e dentro um rapaz mexia ao celular e ao que parece ele parou seu carro para responder mensagens de forma frenética. Ele estava tão envolvido naquele mundo virtual que mal percebeu que eu estava ali, que liguei meu carro e que aguardava ele tirar seu carro para que eu pudesse sair. Precisei buzinar, uma, duas, três vezes e só quando fui lá pedir para sair que ele acordou para o Planeta Terra que ele vive.
Isso me fez pensar nesse mundo virtual que estamos vivendo e que esta nos absorvendo tanto!
É tão comum cenas onde a família toda esta olhando para o celular ou que em restaurantes o aparelho se tornou o centro das atenções e digo mais, eu mesma sou escrava deste mundo que consome a gente sem que nossa consciência estabeleça limites!
Voltei para a direção e no farol o telefone apitou, entrou mais uma mensagem. Poderia ser de um cliente que ia me retornar naquele dia, ou da escola falando algo sobre meus filhos, ou quem sabe algo muito divertido e curioso que alguém postou e que me faria rir. Sim, é desta forma que vamos entrando neste processo sem fim.
Mas não é tão simples escrever que devemos viver mais o aqui agora ou ter presença. Coisas do tipo: – Desliguem seus celulares! Como em manifestações libertárias. Na verdade o problema é muito maior, talvez o presente não esteja tão interessante quanto as mensagens e posts que recebemos e, provavelmente isso acontece por que nossa visão esta distorcida demais para ver a beleza das coisas mais simples da vida.
Será que estamos ouvindo os cantos dos pássaros? Sim eles continuam cantando e da minha casa, que não é um exemplo de meio a natureza, dá para ouvir todos os dias pela manhã, o valor do ar que respiramos ou a beleza de uma árvore ou um belo dia de sol. Rir…simplesmente rir, estar com as pessoas que gostamos e mesmo aquelas que um dia já te magoaram, mas que somos ainda capazes de perdoar. Brincar com filhos e marido ao acordar ou até mesmo sonhar! Talvez assim o mundo virtual tenha menos atrativo!
Fernanda Dutra é Formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista e Artes Plásticas pela Escola Panamericana de Arte. Pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e em Marketing ambas pelo Mackenzie. Pós – graduada em Transdisciplinaridade em Educação, Saúde, Liderança e Cultura de paz pela Universidade da Paz.
