Como agimos em tempos de crise?
Quem nunca se perguntou “qual a minha missão na Terra? Porque esta família? Estes relacionamentos? Pra que todo este esforço ?”
As respostas veem de todas as maneiras, como que por acaso… e vão se multiplicando, uma resposta aqui, outra ali, ao acaso … e aí deixa de ser o acaso e você passa a acreditar que existe uma força maior, e chegamos a conclusão que existe algo superior e sutil que nos orienta e guia. Não existe acaso, tudo acontece por uma razão, Jung chamou isto de sincronicidade ou “coincidência significativa”, que define “acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado”.
Minha experiência em organizações, me possibilitou fazer um paralelo entre a empresa e o ser humano, considerando a empresa como um ser vivo que, assim como nós, necessita estar em constante desenvolvimento espiritual e consequentemente promover o desenvolvimento de cada colaborador. Tanto as organizações quanto as pessoas são motivadas por seus valores, suas missões, cultura e portanto por sua identidade. Sempre devemos nos lembrar de que o futuro já começou com o novo milênio. Cada ser humano traz dentro de si as forças que podem ser despertadas para novos órgãos receptivos de consciência e, assim, desenvolver uma consciência ampliada e novas capacidades de liderança de si mesmo e dos grupos onde atuam, inclusive nas organizações.
Apesar dos pré conceitos existentes sobre espiritualidade, este tema vem permeando o mundo corporativo há algum tempo, são aspectos sutis que sempre estiveram ligados ao surgimento da humanidade. Esse conhecimento está cada vez mais em evidência por que aquela liderança tradicional que trata as pessoas de forma mecânica e vê a empresa, produtos e clientes de forma materialista, já não atende mais as demandas dos seres humanos que atuam em nossas organizações do presente e especialmente nas empresas do futuro. Por outro lado, existem lideres que são capazes de mobilizar recursos, processos, estruturas, grupos, sociedades e instituições inteiras e que os conceitos tradicionais não conseguem captar e instrumentalizar.
Me refiro a espiritualidade neste artigo, como a busca de estados mais elevados de consciência, um líder que estimula as pessoas, as equipes e as organizações a identificar e praticar ações visando tornar a empresa uma cidadã consciente em sua comunidade. A espiritualidade tem implicações diretas nas relações com os clientes, fornecedores e especialmente com os resultados organizacionais.
Segundo Mario Sérgio Cortella, “Espiritualidade é a capacidade de olhar que as coisas não são um fim em si mesmas, que existem razões mais importantes do que o imediato”. Neste sentido, como as organizações são formadas basicamente por indivíduos, elas são também entidades vivas, portanto espirituais, que possuem vontades, pensamentos e sentimentos próprios. O líder que percebe isso, é capaz de fazer grandes contribuições e fornecer ao mundo, resultados muito superiores ao que aqueles apenas materiais.
Na busca de novos paradigmas de liderança, é preciso compreender, antes de qualquer coisa, as três qualidades que cercam este fenômeno, são eles: a autoridade, o poder e o carisma.
A autoridade, todo mundo conhece, são os títulos, a posição no organograma, o patrimônio, o crachá. Em termos espirituais, é algo que lhe foi atribuído e quanto mais você precisa demonstrar sua autoridade, significa que menos você tem pois precisa ficar provando que tem este ou aquele título e portanto precisa do título pra ser respeitado.
O poder está nas suas convicções, coragem moral, paixão, valores, visão de vida e energia. Em termos espirituais, é algo que quanto mais você usa, mais você tem. E carisma vem de Caris, cara, semblante e no sentido teológico, significa a graça de Deus, isto é, os atributos dados pela divindade a uma pessoas para que ela os honre usando-os em benefício dos outros.
Portanto a verdadeira liderança é aquela que sabe usar com carisma, poder, coragem moral e a autoridade que lhe foi atribuída. É capaz de mobilizar as pessoas em busca de realizar sua missão de alma.
E como ficam os resultados organizacionais? O líder sabendo disso, deve formar times de trabalho onde suas missões de vida, seus interesses pessoais vão de encontro com a cultura, valores e a missão da organização, sendo assim , as pessoas serão capaz de entregar resultados felizes e motivados, incluindo os reflexos que ocorrem no relacionamento com clientes, fornecedores, o mercado e a sociedade.
O grande desafio para o líder do futuro , será formar times de trabalho com clareza de seus propósitos, e que estes propósitos caminhem de encontro com os da organização.
Desejo a você bom tribal e sucesso em suas organizações.
Ana Penarotti é formada em Pedagogia, pós-graduada em Gestão de Pessoas e Qualidade. É Psicodramatista, Consultora com foco na Antroposofia, Gestão Estratégica em Neurobusiness e Coaching Internacional. Cursa Pós em Transdisciplinaridade é Consultora “DISC”. É co-autora do livro PNL&Coaching. Sócia da Tríax Treinamento e Desenvolvimento Humano, e docente em escolas como SENAC e Sincor.