Por vezes, embora tudo leve a pensar que algo esperado vai se concretizar, simplesmente esse esperado não ocorre.
É verdade também que a vida nos traz surpresas onde não há expectativas o que é difícil para algumas pessoas mais imediatistas.
Fato é que ilusões se manifestam dia a dia, Em meio a mentalidades e percepções que perpassam em paradigmas e visões distorcidas da realidade, de um mundo que nos leva a busca do ter muito mais que o ser. Em muitos casos, impossibilitam enxergar heróis por detrás de grandes “monstros” verdes, ainda que o intuito seja salvar a mocinha.
Bloqueios de pureza, consciências anestesiadas, estímulos infantis no padrão pré-concebido de princesas, heróis vingadores e um aprendizado mecânico que não instiga a criança ao questionamento do seu propósito de vida e evolução espiritual. São meios interferentes no processo de amadurecimento dos jovens e podem gerar falsas expectativas.
Siddharta, príncipe que virou Buddha, equivocadamente iludiu-se ao acreditar que seu declínio era uma forma de alcançar empatia com os menos afortunados, somente quando ele elevou sua consciência para a disposição de servir é que pôde entender o verdadeiro sentido da vida.
Assim o é com a crise, que se inicia na corrupção e se propaga na visão do salve-se quem puder. Somos todos parte de um grande sistema e a simples mudança de olhar, promove soluções criativas onde o ganho de um é benefício para o todo. É certo também que cada talento promove seu papel neste grande sistema e, portanto entender o seu potencial para servir ao mundo é um grande passo.
A evolução está na benção que o trabalho representa, na felicidade de sentir ligação com todos os seres e a boa vontade em ajudar e ser ajudado. Um caminho de enfrentamento, uma nova maneira de viver que deixa de atrair funestos efeitos que chamamos de crise e nos leva a pensamentos mais produtivos.
Como diria Bergson, filósofo e diplomata francês, a evolução criadora e sua intuição, ou simpatia divinatória como dizia o autor, é uma maneira de enfrentar a realidade e construir uma nova, a partir dos nossos instintos e conexões com um propósito maior. A começar pela fé que nos move para o saber, a gratidão que elimina reclamações infindáveis, e esforçar-se em melhorias contínuas para afinal viver no meio da crise plainando sobre esses abismos conceituais e morais.
Fernanda Dutra é Formada em Administração de Empresas pela Universidade Paulista e Artes Plásticas pela Escola Panamericana de Arte. Pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e em Marketing ambas pelo Mackenzie. Pós – graduada em Transdisciplinaridade em Educação, Saúde, Liderança e Cultura de paz pela Universidade da Paz.